Gostaria de compartilhar algumas histórias da viagem que fizemos à Itália no ano de 2010:
Nosso grupo, sempre muito alegre, fica ainda mais alegre quando o assunto é viajar para degustar novos vinhos, conhecer novas culinárias e novos lugares.
E, ‘embevecidos’ nessa experiência ímpar é comum acontecer situações engraçadas, contarem piadas que, ou já foram contadas, ou de tão sem graça, passam a ser engraçadas...
Para ver a relação completa dos vinhos degustados nesta viagem vejam em
http://solerafloripa.blogspot.com.br/2011/06/viagem-para-italia-parte-2.html
24/04/2010 (Milão - Trento)
Fomos recepcionados, em Milão, por Ruggero (nosso motorista durante toda a viagem) e pela guia Ju, que organizou um passeio mais que especial. Eles também apreciavam um bom vinho e boas comidas. Fizemos uma pequena viagem até chegar na pequena cidade trentina onde ficamos hospedados (Hotel Alpenrose) em Vattaro. Passamos por belas paisagens, vimos muitas videiras, vales, castelos e montanhas nevadas. Chamou nossa atenção os campos de flores amarelas, era a plantação de colza, planta da qual se faz o óleo de canola (canadian oil).
Visitamos a cantina ELENA WALCH, região do Alto Adige. Bela vinícola, fomos bem recepcionados e os vinhos eram equilibrados e elegantes. A cantina tinha sido um mosteiro. As caves tem 400 anos e eram antigas cisternas (de vinho), pois, antigamente, preferia-se quantidade e há 25 anos preferem qualidade. Os tonéis de aço inox foram montados nas caves.
Almoçamos na beira do Lago de Caldaro, no Castel Chiaro. Ao fundo, um grande vinhedo e no alto de uma montanha podíamos ver um castelo com uma bandeira panejando. No final da tarde fomos conhecer a cidade de Trento, jantamos numa pizzaria e, para variar, bebemos cerveja.
26/04/2010 (Trento)
Pela manhã fizemos uma visita ao SPUMANTIFICIO FERRARI de TRENTO (a visita nos decepcionou, pois esperávamos mais). Atendimento frio e sem cuidado. O espumante servido já estava aberto desde o dia anterior. Depois fomos à Cantina Pisoni, estabelecimento familiar, com agricultura biológica, recepção cordial, serviram, além dos vinhos, produtos locais, como: queijos, salames etc. Muito saborosos. Porém, é mais conhecida pela produção de grapas e licores. Um lugar muito bonito, na base de uma montanha que era uma imensa rocha.
De tarde fomos à vinicola Di toblino, cuja especialidade é a produção de "Vino Santo", por isso os vinhos normais não impressionaram muito.
Esta vinícola fica a beira do lago Toblino, onde tem o castelo Toblino (explicaram que quando o castelo tem bandeira é porque tem alguém morando nele. Nesta vinícola vimos "bombas" (como as de gasolina nos postos), só que eram de vinho e as pessoas levam suas garrafas/garrafões para abastecer.
Nesta vinícola foi explicado que lá as videiras estão plantadas em um lugar que tem o vento da hora. O vento que vem do Lago di Garda e que mantem seco o vinhedo e as uvas, além de manter a temperatura. Este vento tem esse nome porque vem sempre na mesma hora.
Uma pessoa do nosso grupo tropeçou e caiu; após a visita, caiu novamente, e outro amigo falou: “cuidado, na terceira vez Cristo foi crucificado”, rimos muito.
Cantucci e o Vino Santo |
Após provarmos o vinho santo o Rugero nos explicou que em Siena este vinho é servido com um biscoito (chamado cantucci) que é comido molhado no vinho. Então, as piadas foram inevitáveis: “vamos molhar o biscoito (no vinho santo)”.
O vino santo é feito com a uva nosiola, e tem esse nome porque é pisado (espremido para fazer o mosto) na semana santa. Da colheita até a espremedura a uva seca e o vinho é feito desta uva passa.
É um vinho de sobremesa (doce).
Também visitamos a casa onde a Madre Paulina nasceu em Vigolo Vattaro (moradora de Nova Trento em Santa Catarina), considerada a primeira santa brasileira.
Os vinhos da Cantina Francesco Moser foram degustados no Hotel Alpenrose. Foi apresentado pelo Rudgero nosso Enoautista (no bom português eno motorista), pois o dono da vinícola não pode ir, mas mandou os vinhos. A janta foi panqueca com funghi e queijo, risoto de teroldego, filé de vitela à pimenta verde, salada e tiramisu. Depois de tanto vinho chegamos a conclusão que estávamos fazendo “enodialise” (besteirol).
Descobrimos os três pecados capitais da Itália:
- roubar para os outros;
- tomar vinho ruim e
- arranjar uma amante mais feia que a esposa.
Veja também:
Viagem para a Itália (parte 1)
Viagem para a Itália (parte 2)
Viagem para a Itália (Parte 4 - Veneto)
Viagem para a Itália (Parte 5 - toscana) Viagem para a Itália (Parte 6 - Sardenha)