Trip do Portugal (part 3, Minho e Douro)
19/05/2006 – Guimarães / Braga
Após o café da manhã seguimos em direção à região do Minho, região dos
vinhos verdes.
No caminho vimos uvas com sistema de condução "
Vinhas do Enforcado".
É o sistema mais tradicional, em que a videira é plantada próxima de árvores (como a castanheira), para que as escalem livremente. Os cachos, quando formados, pendem debaixo da folhagem de grandes alturas, o que obriga que se faça a colheita com escadas. Por ser dificultoso e pouco produtivo, esse tipo de condução vem sendo substituído principalmente pela espaldeira. A lira e a latada também são utilizadas.
Forma de conduçao Vinhas do Enforcado
Passamos por
Guimarães, importante cidade histórica de Portugal, onde vimos algumas das capelas da Via Sacra e seus caprichados jardins.
Jardins em Guimarães
Na sequência, seguimos para a visita e degustação na
Casa de Sezim, vinícola que pertence à mesma família desde 1376, com uma fachada monumental e uma coleção de papéis de paredes da primeira metade do século XIX.
http://www.sezim.pt/
Fachada e papeis de parede na Casa de Sezim
Na degustação provamos um vinho verde Casa de Sezim 2005 e o mesmo vinho (da safra mais nova) que não havia sido engarrafado ainda.
Vinho verde Casa de Sezim
Depois conhecemos a adega, o laboratório, presenciamos o engarrafamento e visitamos uma nova plantação de videiras. Lá eles plantam as mudas das videiras dentro de um 'cano' para protegê-las de coelhos e lebres comilões.
Proteção contra animais roedores
Após, voltamos a Guimarães e fomos almoçar na
Tasca Adega dos Caquinhos. Descobrimos que tasca é um estabelecimento modesto que vende bebidas e refeições. Fomos atendidos pela Dona Augusta e sua mãe. A Dona Augusta, dona do estabelecimento, era muito simpática e um pouco desbocada. Rimos muito com as suas explicações. A nossa guia, a Berta, quase morreu de vergonha. Comemos de entrada patanisca de bacalhau que estava uma maravilha acompanhado de
vinho verde tinto (da uva vinhão). Este vinho foi servido nas tradicionais
malgas. Um vinho ácido, mas que combinou com a patanisca.
Vinho verde tinto servido em malgas
Depois fomos a Braga e à
Quinta de Aveleda, local onde é produzido o famoso Casal Garcia. Lá visitamos os jardins e uma árvore de camélia com mais de 300 anos e fizemos a degustação em uma sala de prova digna de enólogos. Degustamos um Casal Garcia, um Quinta da Aveleda 2005 (vinho verde), um Aveleda Alvarinho 2005 e um Charamba 2004.
http://www.aveleda.pt/www.aveleda.pt/
Bancada de degustação na Quinta da Aveleda
20/05/2006 – Amarante/Vale do douro
Dia de visita à região do
Douro. O Douro é a mais antiga Região Demarcada do mundo, demarcação esta, ordenada em
1756 pelo Marquês de Pombal. É famosa também pelos socalcos e por ser a origem do vinho do Porto.
Vinhedos no vale do rio Douro e seus socalcos
Nossa primeira visita nesta manhã foi
Amarante. Uma cidade muito simpática que estava tendo uma feira de antiguidades. Visitamos a Igreja de São Gonçalo. Seguimos para a
Quinta da Pacheca, que fica na cidade de Régua. No programa estava escrito: “Seremos recebido pelo
Conde Serpa Pimentel e seu cão Pipo”. E, de fato, fomos recebidos pelo dono da propriedade, Serpa Pimentel e seu cão Pipo, mas ao chegar ele nos confessou que não era conde. Então também confessamos que não eramos enólogos e ficou elas por elas. Lá conhecemos os
lagares (lugar onde as uvas são amassadas com os pés para fazer o mosto), as instalações da vinícola e fomos conduzidos para a sala onde seria servido o almoço, para a degustação. Provamos um Quinta da Pacheca branco 2005, um Quinta da Pacheca Tinto 2002, um Quinta da Pacheca Porto Tawny e um Quinta da Pacheca L.B.V. 2001.
Almoço com o "conde" Serpa Pimentel
O dono da vinícola não era conde, mas nos recebeu como se fosse um, com um estafe de pessoas nos servindo a sequência de pratos, os detalhes das louças e a arrumação da mesa (observem, na foto, o guardanapo embrulhado com uma folha de repolho) são lembranças inesquecíveis. Após o almoço fomos para a cidade de
Peso da Régua onde visitamos o museu do vinho e do Douro, muito interessante.
http://www.museudodouro.pt/
Terminamos o dia com um
Cruzeiro pelo Rio Douro, atravessamos uma eclusa da Barragem da Régua com 28 metros de altura. O cenário é deslumbrante: o rio emoldurado por suas encostas preenchidas por socalcos repletos de videiras...
Devidamente protegidas do sol, no aguardo da saída do cruzeiro
O Cruzeiro terminou na cidade de Régua.
No dia seguinte seguimos para a região de Bordeaux.
Veja também:
Viagem para Portugal (parte 1, Alentejo)
Viagem para Portugal (parte 2, Porto e Vila Nova de Gaia)
Bordeaux