domingo, 24 de fevereiro de 2013

Viagem para a Itália (Parte 5 - Toscana)

29/04/2010 (Toscana)

A caminho da Toscana, visitamos uma fábrica de queijo reggiano padano. No processo de cura havia muito mais peças de queijo do que na Lattebusche (visitada anteriormente). O aroma era maravilhoso.




Vinicola Medici Ermete, a administração é familiar, com uma grande produção, tem muitos rótulos disponíveis. O diferencial é a produção do Aceto Balsâmico Clássico. Artesanalmente, produzem o tradizionale em sistema de solera, com barricas de diversas madeiras, sendo que o padrão Ouro fica até 30 anos em barrica para atingir os requisitos da denominação. Recepção muito hospitaleira, com a Mama preparando gnocco frito - que é uma massa de pastel frita, diferente do popular gnocchi. Também foi servido queijo Parmeggiano Reggiano, Prosciuto di Parma e mortadela di Bologna. Contaram que quando nasce o(a) filho(a), os pais começam a produzir um barril de aceto balsâmico que lhe é dado como dote de casamento.

Produção de aceto balsâmico clássico

Chegamos em Montalcino somente no final da trade, quando fomos presenteados com um belo por do sol. Estávamos, literalmente, sob o sol da Toscana.

Vista da sacada do hotel, em Montalcino, Toscana.

30/04/2010

No dia seguinte, pela parte  da manhã, visitamos a cantina CIACCI PICCOLOMINI D’ ARAGONA. Bela propriedade herdada pelo pai dos atuais proprietários (Lucia e Paolo), que era um "faz tudo" da antiga Condessa proprietária. A propriedade é histórica e muito bonita. Foi construída para o Bispo Fabius de Montalcino. Tem 40 hectares e produz 200.000 garrafas/ano. Apresentada pela Martina, que lembrava a Claudia Raia.


Depois fizemos visita à cantina CAPRILI. Empresa familiar fundada em 1965, 70 .000 garrafas por ano, bons vinhos. Os Brunelos passam três anos na barrica de carvalho. O furo da barrica para inspeção dos vinhos na parte superior, é chamado de colmatore, são de vinho e tem uma tampa com água. A medida que evapora o vinho, o nível da água baixa, indicando a possível manutenção do nível do vinho. Fizemos a degustação e o almoço no pátio da vinícola. Foram servidas crostatas muito saborosas de morango e figo. Durante o almoço, lembro que alguém soltou a seguinte expressão: - Que chiqueleza!!!



Enquanto estávamos degustando e provando excelentes vinhos Brunello di Montalcino, nosso enomotorista, que não podia beber, ficou chupando o dedo, só na vontade.



Fizemos uma visita a um borgo medieval de Bagno Vignoni, com suas termas datada da época dos romanos.


Após, seguimos para o CASTELO BANFI, vinícola famosa e de grande porte. Propriedade histórica muito bonita, com um museu do vidro interessante.
O atendimento foi frio, impessoal e um pouco apressado, mas os produtos agradaram. Os vinhos das linhas top são bem caros e investem muito em pesquisa. Não demos conta dos queijos, prosciutos, salames, specks etc. que foram servidos com a degustação. Produz vinho desde 1888 e hoje pertence a um ítalo-americano. A área com vinhedos tem 30.000 hectares (produzindo 10 milhões de garrafas por ano).
A casta san giovesi é plantada há cerca de 3.000 anos (desde os etruscos) e são usadas barricas de 350 litros.


01/05/2010

Fizemos uma visita à cidade de San Giminiano, conhecida como a cidade das torres.
Em San Giminiano estava tendo o maior festejo, pois era 1º de maio, dia do trabalhador. A guia explicou que as torres foram feitas para secar os panos tingidos de vermelho e que esta cidade tinha uma técnica desconhecida de outras na idade média. Também servia para observação de inimigos.

Visitamos a cantina CESANI. Empresa familiar, 25 hec, 130.000 garrafas por ano. Recebidos pela Maria Luisa, filha do dono. Tem também produção de açafrão. Produzem principalmente vernaccia e san giovesi. Para os vinhos DOC e DOCG não pode ter irrigação. Usam barrica de concreto, para os vinhos tintos. Segundo Maria Luisa, mantêm a temperatura mais constante. A uva vernaccia é conhecida por produzir um vinho tinto vestido de branco, pois é encorpado e difícil extrair aromas.

A vinícola está em conversão para o processo biológico, usando pouco SO4. Todas as barricas são de carvalho francês, usadas por, no máximo, 2 a 3 anos. Cada uma custa entre 500 e 600 euros.

Produzem também óleo de oliva e as variedades de oliva são frantoio, coratina, leccino. Fomos os primeiros clientes a provar um vinho rose de san giovesi (produção daquela safra). A garrafa vem com "rolha" de vidro.

Fizemos um passeio à Siena, onde visitamos o duomo do século XIII, com seu lindo piso em mosaico. A catedral de Siena está inacabada, pois a população da época reduziu muito por causa de uma peste. Chegamos na véspera da disputa do palio, uma corrida de cavalo na praça principal, e a cidade estava toda enfeitada com as bandeiras das contradas, times que disputam o palio de Siena.


Fizemos uma degustação na Enoteca de Siena. Provamos uma vinho Falanghina, da região de Campagna, um Moreder da região de Marche, um Rosso de montalcino e um Vino nobile de montepulciano. Degustação muito ruim, impessoal e com vinhos mais ou menos.

No jantar bebemos um Brunelo 1995. Foi servido gnocchi, farfale a bolognesa e porco (carne branca e costela). Depois bebemos na sobremesa o vinho riceta e vinho santo (e molhamos o biscoito), o riceta era muito melhor (ambas as garrafas compradas em nossas visitas às vinícolas).

02/05/2010

Acordamos com chuva, estava frio. Caminhamos um pouco por Montalcino, iríamos embora neste dia. Fechamos a conta do hotel e fizemos uma visita à CANTINA DEL REDI. Cantina dentro da cidade de Montepulciano, no Palazzo Ricci, construção renascentista feita sobre castelo medieval que, por sua vez, também foi construída sobre construções etruscas. Pode-se ver todas as fases na cantina. Muito interessante.


Visitamos a cantina RELAIS DI ROCCA DELLE MACIE NEL CHIANTI, onde fomos recebidos pela Valentina, amiga da Ju, muito simpática. Produção média para grande de 4,5 milhões de garrafas ao ano (600 hectares de vinhedos). A primeira fermentação é feita em tanques de inox que estão ao tempo e a malolática é feita em tanques de concreto no interior da cantina para manter a temperatura estável. Utilizam barrica de carvalho esloveno (que tem pouca celulose), as quais tem mais de 30 anos. Já as barricas de carvalho francês (da cote d'azur) e são trocadas a cada 12/15 anos e são utilizadas somente para os supertoscanos. Os chiantis só ficam na barrica pelo tempo determinado na lei do DOC ou DOCG.

O dono da vinícola é um ator de hollywood. Não é usada irrigação. Produzem também olivas, sendo que na Itália existem mais de 60 variedades de oliveiras. Em 1999, após um frio muito intenso, as oliveiras morreram e, na Toscana, todas as oliveiras são novas. Produzem 20.000 garrafas de extra virgem de qualidade.

Rocca delle macie - força da pedra da idade media.

E, depois de algumas taças de vinho, saiu a seguinte 'máxima': - “A gente é rico, mas é feliz”.

Na lojinha desta vinícola, encontramos a venda um vinho brasileiro, o Rio Sol, da Vinicola Santa Maria.
O dono da Rocca delle macie, em passeio pelo Brasil, achou muito interessante a produção de vinho na latitude 8º sul, onde viu três linhas de videiras e cada uma num estágio de produção (dormência, com flor e com fruto). Achou tão curioso que resolveu vender na Itália o vinho desses vinhedos.

Tempo livre em MONTEPULCIANO, chovia e estava frio. Quando chegamos paramos para visitar a Igreja de San Biagio e tinha um coral cantando, foi muito emocionante.
As casas da cidade estavam enfeitadas com flores e vimos escavações mostrando restos da civilização etrusca para visitação dentro de uma loja.


Viajamos para Livorno, onde embarcamos para Olbia, Sardegna. Chegamos de noite e ficamos esperando na fila para poder entrar no navio. Lá tínhamos quartos reservados para passar a noite, enquanto era feita a a travessia (o navio transportava carros, ônibus e caminhões).



Veja também:
Viagem para a Itália (parte 1)
Viagem para a Itália (parte 2)
Viagem para a Itália (Parte 3 - Trento)
Viagem para a Itália (Parte 4 - Veneto)
Viagem para a Itália (Parte 6 - Sardenha)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Reunião sobre vinhos do Canadá

Reunião nº 153

Dia: 31/01/2013

Tema: Vinhos do Canadá da vinícola Colaneri


Vinhos:
  • Tapada do Fidalgo, 13,5% álcool, ano 2011, vinho branco de mesa fino seco, vinho regional Alentejano. Monte dos Perdigões, Portugal. Castas: Verdelho, Arinto e Antão Vaz. Branco esverdeado, aromas agradáveis de cítricos. Na boca, muito fresco e agradável com acidez alta, mas equilibrada. Combinou muito bem com o caldo de camarão da entrada e com o fantástico Pulpo y Gambas al ajillo (nº636).
  • Colaneri Stellucha Riesling, 11,3 % álcool, ano 2009, vinho branco de mesa fino seco, VQA (Vintners Quality Alliance) Niagara Peninsula. Colaneri Estate Winery, Niagara-on-the-Lake, On, Canadá. Castas: Riesling. Aroma marcante de petróleo. Na boca, mineral e untuoso. Num primeiro "ataque" é meio estranho, mas o retrogosto é agradável. Combinou muito bem com frutos do mar. CAN$15,95 na vinícola no Canadá, adquirido e ofertado pelos anfitriões (nº637).
  • Colaneri Unita Cabernet Franc, 14,9 % álcool, ano 2010, vinho tinto de mesa fino seco, VQA Niagara Peninsula, Appassimento Style. Colaneri Estate Winery, Niagara-on-the-Lake, On, Canadá. Castas: Cabernet Franc.  Granado escuro sem transparência. Apesar de ser 2010, passou a sensação de um vinho com bastante tempo de guarda. Talvez seja isto o tal "Apassimento Style". Ausência de taninos e acidez. Não agradou muito. CAN$ 20,00 na vinícola no Canadá. Oferta dos anfitriões  (nº638).
  • Colaneri Insieme, 14,3 % álcool, ano 2010, vinho tinto fino seco,VQA Niagara Peninsula, Appassimento Style. Colaneri Estate Winery, Niagara-on-the-Lake, On, Canadá. Castas: Carbenet Sauvignon, Syrah, Merlot, Carbenet Franc e Petit Verdot. Granado escuro com reflexos marrons. Aromas agradáveis, mas pouco acentuados. Taninos finos perceptíveis. Mais corpo e equilíbrio que o anterior. CAN$ 34,95 na vinícola no Canadá. Oferta dos anfitriões  (nº639).
  • Mike Weir Wine Icewine, 11 % álcool, ano 2011, vinho branco licoroso doce VQA Niagara Peninsula. Mike Weir Wine, Ontário, Canadá. Castas: Vidal. Dourado claro com perfeita harmonia entra a alta doçura e alta acidez. Perfeito na sobremesa. CAN$ 25,00 no Freeshopping Canadá. Oferta dos anfitriões  (nº640).

Após a degustação foi servido caldo de camarão (feito pela Carminha), como entrada; na sequência, pulpo con gambas al ajillo, com muito azeite de oliva português (Eugênio Almeida, 0,2 % de acidez), acompanhado de batatas ao murro e pães variados. Para finalizar, foram servidos pastéis de nata (a receita original é um segredo exclusivo da Fábrica dos Pastéis de Belém, em Lisboa) e sorvete (creme de baunilha e choco chips da Amoratto).

Pulpo con gambas al ajillo